O doutor mandou surfar
Dr. Guilherme Vieira Lima explica porque uma “dose” de surfe pode ser o melhor remédio para aquele seu velho problema.
Entre os dias 24 a 27 de Setembro aconteceu a 6º edição da Conferência Mundial de Medicina de Surfe (“The World Conference on Surfing Medicine”) em Newquay- Inglaterra promovida pela Surfing Medicine Internacional- SMI http://www.surfingmed.com. Muitos assuntos interessantes foram abordados como: o surfe nas olimpíadas, o papel do surfe na preservação ambiental, câncer de pele entre muitos outros. Mas, o que mais chamou a atenção, foi o surfe como terapia.
Sim, está provado cientificamente que a prática desse abençoado esporte tem bons resultados terapêutico. Na Holanda, um grupo de fisioterapeutas, introduziram uma rotina de surfe aos pacientes com sequelas neurológicas causadas por acidente vascular cerebral (AVC) e observaram uma melhora significante nas funções motoras destes. Na Inglaterra é utilizado como tratamento de diversas doenças psiquiátricas infantis, nos EUA existe um programa para ex combatentes do exército para amenizar os traumas de guerra e no Brasil temos alguns programas para autistas e desabilitados motores. Porém ainda são muitos poucos e na maioria de iniciativas de ONGs. Nosso país faz muito bonito nos campeonatos, mas necessitamos de muito mais incentivo, não só ao surfista, mas ao surfe e programas como esses.
Mas qual(is) o(s) “princípio(s) ativo” desse remédio?
São diversos:
– Ativação muscular global (membros e tronco), estimulando o equilíbrio
– Melhora da função cardiopulmonar
– Melhora da ativação neuromuscular, através dos estímulos constantes de reflexo e propriocepção
– Diminuição da ansiedade promovendo um estado de relaxamento
– Melhora da atenção e foco
– Melhora da autoestima e confiança
– Liberação de Endorfina: hormônio com potente ação analgésica e que estimula a sensação de bem-estar, conforto, melhor estado de humor e alegria
– Melhora da relação entre paciente e terapeuta
Além de todos esses citados, a integração com a natureza e com a água do mar possuem uma magia particular inexplicável.
O surfe vai além do esporte. Vivemos na era das piscinas de onda, o parque de diversão de qualquer surfista. Essa nova modalidade pode ampliar ainda mais o poder terapêutico do surfe, promovendo a saúde para aqueles que não possuem fácil acesso a praia, num ambiente controlado pelo homem.
Por essas e muitas outras razões o campo da “surfing medicine” cresce cada vez mais, com diversos estudos na área e novos projetos acontecendo. Ano que vem, a Conferência Mundial de Medicina do Surfe (WCSM19) será na Austrália, aguardamos todos lá!
É preciso cuidar bem do surfe porque ele cuida muito bem de nós…
…uma “dose” de surfe, pode ser o melhor remédio para aquele seu velho problema.
Surfe é saúde!
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