Sombra e água fresca
Dr. Guilherme Vieira Lima revela os cuidados necessários no verão, para você que pretende ser o primeiro a entrar e o último a sair do mar.
Alternando as atenções entre as etapas decisivas do Hawaii e as promoções de Natal; o mês de dezembro também é marcado pela chegada do verão no Hemisfério Sul.
Nessa época do ano os raios solares incidem com maior intensidade e colaboram para o desenvolvimento de diversas doenças.
Com a intenção de orientar a população na prevenção e no diagnóstico do câncer de pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha Dezembro Laranja, que tem como slogan: “Se exponha mas não se queime” o qual se enquadra bem a realidade do surfista.
Frequentemente no verão a natureza nos presenteia com céu azul e ondas perfeitas. Mistura perfeita para explodir a euforia, emoção e felicidade de todo surfista nas primeiras horas do dia. E nesse clima de ansiedade, o protetor solar é “passado pra trás”. Mesmo que lembrado, muitas vezes, é aplicado de forma incorreta.
Sendo assim, seguem aqui algumas recomendações importantes da SBD para você que pretende ser o primeiro a entrar e o último a sair do mar.
1) Hidratação
O calor da praia associado a exposição solar e a atividade física colaboram para uma rápida desidratação. Lembrem-se que o surfe é um esporte em que se pratica sem beber água (potável).
Além da importância metabólica no exercício, a hidratação mantém a integridade da camada de proteção cutânea e evita problemas como descamação, ressecamento, envelhecimento precoce, irritações e infecções.
Recomenda-se a ingestão de água antes e após surfar com intervalos de 40 a 60 minutos no máximo.
A água salgada do mar, rica em sais, pode ser um agente agressor, por isso também, o uso de cremes hidratantes adequados (a cada tipo de pele) e específico para rosto e corpo são importantes para saúde cutânea.
2) Exposição Solar
A radiação ultravioleta (UV) tem efeito acumulativo e os raios solares penetram profundamente na pele, podendo provocar diversas alterações, como o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A radiação UVA, é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB é a responsável em maior parte pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele.
A exposição solar em excesso pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou malignos. Por isso todo cuidado é pouco.
Deve-se evitar os períodos entre as 10 e 16 horas (UVB + intenso).
Cobrir o máximo as áreas expostas com roupas apropriadas.
Para os momentos de intervalo e descanso na areia, o ideal é manter-se na sombra, com uso de óculos escuros e chapéu de sol.
3) Cremes Protetores Solares
O produto ideal deve ter amplo espectro, ou seja, proteção dos raios UVA e UVB e no caso do surfe ser resistente à água. Eles podem ser físicos (inorgânicos) e/ou químicos (orgânicos). Os protetores físicos, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor e promovendo a proteção.
Um filtro com fator de proteção solar (FPS) 2 até 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média, enquanto os protetores com FPS 30-50 ou maiores oferecem alta proteção.
Já em relação aos raios UVA, podem ser mensurados em estrelas e em PPD (Persistent Pigmented Darkening), de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA, ou em números: < 2, não há proteção; 2-4 baixa; 4-8 média, 8-12 alta e > 12 altíssima proteção UVA. O ideal é sempre procurar por esta classificação.
4) Como escolher?
No caso do surfe, sempre aqueles resistentes a água com FPS no mínimo de 30. O “veículo” do produto – gel, creme, loção, spray, bastão – também deve ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade, comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com tendência à acne devem optar por produtos livres de óleo ou gel creme. Numa atividade física, principalmente no mar, devem evitar os géis, pois saem facilmente.
Estudos recentes mostram a interferência de agentes químicos presentes no filtro solar como agressor do ecossistema marinho, principalmente nos recifes de corais. Eles apontam a substância oxibenzona como responsável por tal efeito. Por isso atente-se também na composição do produto de escolha.
5) Como aplicar?
O produto deve ser aplicado ainda em casa pelo menos de 30 a 40 minutos antes de entrar no mar, e reaplicado ao longo do dia a cada duas horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens.
A utilização de roupas para surfar podem não dar a marca de sol mais bacana do verão, porém é a forma mais simples de proteger-se. Atualmente, com o avanço tecnológico, encontramos as roupas de tecido “inteligente” com fator de proteção ultravioleta (FPU). Estas oferecem, além da proteção mecânica, um filtro extra aos raios UV chegando a bloquear até 97,5% da radiação solar. De acordo com a maioria dos fabricantes, a função protetora da peça tem ação prolongada e está diretamente ligada aos cuidados com ela, devendo sempre lavá-las com água doce corrente sem o uso de alvejantes químicos e sempre secar na sombra para evitar o desgaste do tecido. É muito importante lembrar que o seu uso não dispensa a aplicação do protetor solar!
A consulta com um(a) médico(a) dermatologista regularmente é muito importante para uma avaliação cuidadosa da pele. Ele(a) vai te orientar em relação a melhor estratégia de proteção.
Um kit de proteção solar pode ser um excelente presente de Natal!
Ótimas festas a todos com uma pele bem mais saudável!
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